A Unidade Classista vem, uma vez mais, lamentar que a CSP Conlutas insista em incluir a assinatura de nossa corrente sindical em declarações ou convocatórias de cuja linha política discordamos, sem qualquer consulta prévia e, o que é mais grave, após reiteradamente informarmos à direção dessa entidade e inclusive nos expressarmos publicamente sobre a divergência.
Desta vez, denunciamos a desrespeitosa inclusão do nome da Unidade Classista na convocação de um ato público, para o dia 1º de abril próximo, com palavras de ordem que consideramos inadequadas para a atual conjuntura.
Nossa principal discordância – a mesma que já tínhamos expressado em ocasiões diferentes – é em relação à palavra de ordem“Basta de Dilma”, que sugere uma forma envergonhada de, objetivamente, fazer o jogo da campanha da direita pelo impeachment da Presidente da República, ainda mais em meio a um clima de histeria antipetista e às vésperas de manifestações com esse objetivo.
A Unidade Classista se insere num campo político de oposição de esquerda aos governos petistas, que serviram aplicadamente ao capital enquanto bem administravam seus fabulosos lucros e, ao mesmo tempo, cumpriam o papel de bombeiros da luta de classes. Portanto, não participamos de manifestações de apoio a Dilma nem a Lula, que agora recorrem aos trabalhadores porque as classes dominantes resolveram acabar com a terceirização que haviam concedido ao PT. Mas, definitivamente, muito menos vamos nos somar a uma campanha da direita para derrubar o atual governo e substituí-lo por um outro mais eficiente ao capital, para acelerar e aprofundar a pauta neoliberal.
Infelizmente, a conciliação do PT criou uma correlação de forças desfavorável para os trabalhadores. Não há espaço nesta quadra para ilusões voluntaristas, como o “Fora Todos”. Seja qual for o governo que resulte dessa crise política do regime da democracia burguesa – em verdade uma ditadura das classes dominantes – será contra os trabalhadores, seja ele alguma forma de parlamentarismo com Dilma (como uma caricatura de rainha da Inglaterra) ou a posse do vice-presidente para completar o mandato em nome da já selada coligação PMDB/PSDB.
A Unidade Classista considera que o momento é de concentrar esforços para a mobilização e a organização da classe trabalhadora em luta por suas demandas e para construirmos a unidade de ação das forças anticapitalistas, como condições para o enfrentamento da ofensiva contra os interesses do proletariado e dos setores populares.
Coordenação Nacional da Unidade Classista (12/03/2016)
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